quarta-feira, 31 de março de 2021

Uma ideia de financiamento para o Corinthians

    Trata-se de uma ideia para democratizar as eleições do Corinthians e, ao memso tempo, trazer um fluxo de caixa maior para o clube. Sem mais delongas:

1 - Criar uma nova modalidade de torcedor associado. Um tipo de "Sócio-Votante". Nome poderia ser definido pelo marketing futuramente.

    Esse torcedor teria o único direito de votar nas eleições do clube. A carência seria de 3 anos. A justificativa para isso seria evitar associações repentinas com intuito único de fortalecer repentinamente uma chapa específica, criando-se, assim, um curral eleitoral dentro do clube.

2 - Definir um valor para esse título de "sócio-votante"

    O valor deve ser convidativo. Penso em R$ 50,00 mensais. Considerando-se o período de carência, que seria de 36 meses, cada associado contribuiria com no mínimo R$ 1800,00, distribuídos em 3 anos, para ter o direito de votar. Como mais uma medida de segurança, o associado precisaria estar adimplente por pelo menos 1 ano antes da eleição.

3 - Estimativa de arrecadação

    Se projetarmos que 100 mil pessoas aderirão a esse novo formato de associação, poderemos ter uma arrecadação anual de 60 milhões de reais, nesses moldes que proponho.

4 - Como convencer o associado do clube social?

    Visto que a preocupação desse associado é o clube social, proponho uma solução política que deve agradar a todos. 50% da arrecadação com o "sócio-votante" deverá ser destinado a melhorias e manutenção EXCLUSIVA do clube social e categorias amadoras.

    Com isto, teremos 30 milhões para o clube e 30 milhões para o futebol.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sobre como nos afastamos do nosso caminho...

          Estive refletindo esses dias sobre como nos afastamos de nossas propostas. No meu caso específico, sou músico e escolhi essa profissão porque amo a música e tudo do que dela vem. Durante toda minha adolescência fiz planos, estudei, ouvi música, assisti a vídeos, shows, entrevistas, busquei meus mestres e ídolos, fiz da palavra deles lei. Sonhava com o dia em que seria um grande músico, reconhecido pelo meu talento, vivendo da minha arte. Dessa maneira, era óbvio que então escolheria a música como profissão, não? Assim foi feito.

          Acontece que depois de alguns anos de janela, como costumamos dizer, percebi que a cada dia que passa, a luta pela sobrevivência na sociedade em que vivemos foi me afastando de meus primeiros anseios. Sonhava em ser um astro do rock. Rock é a única coisa que não toco. Não que outras formas de expressão musical sejam ruins ou não me satisfaçam. Mas onde está o sonho dos dezesseis anos? Morreu? Não. Foi suprimido pela rotina, diluído, massacrado pelo consumismo, a luta pelo dinheiro.

          Nesses anos de profissão conheci muita gente. Pessoas mais antigas nessa vida, outros chegando agora. Converso com todos. E nesses últimos dias, tenho percebido que esses sonhos morreram em quase todas essas pessoas. Perceber isso me deixou muito triste. É como comprar um carro para ir à praia e nunca por os pés na areia. Você investe seu tempo, dinheiro e vontade nesse carro e a vida simplesmente te leva para as montanhas. E você vai como se estivesse tudo certo. Não se dá conta de como esta longe do motivo que o levou a comprar o carro. Conhece pessoas, faz amizades, filhos... Sempre longe da praia. Ruim? Não necessariamente, pode ser até melhor. Mas e o sol, o mar...

          Longe da minha sonhada vida de rock star eu fiz grandes amizades e amei muito também. Não tenho direito de renegar o que vivi. Dizer que não foi bom porque não foi o que planejei. Mas construí pouco de artisticamente aceitável me afastando dos meus sonhos. Apenas subsisti. Apenas sub-existi, se assim posso dizer. Tenho testemunhado minha mortificação nesse aspecto a cada dia, quando penso em fazer coisas, comprar, me moldar a formatos que nem sequer foram os que escolhi pra mim. Reitero, não é ruim, só não é o que quis pra mim. Será que essas escolhas de agora vão um dia me levar aonde quero? Duvido muito. Deparo-me com argumentos pesados de como o que devo fazer vai acabar me levando a um futuro glorioso, que não quero.

          Acho que a conclusão que posso tirar dessa reflexão é que agora entendo quando ouço dizerem que música - e transfiro isso à arte em geral – é sacerdócio. Exige foco, disciplina e, sobretudo, vontade. Dizem que quem no altar vive do altar deve viver. Mas você vai ao altar para buscar algo que esta além da subsistência, do dinheiro. Não me parece certo simplesmente esquecer esse algo além por dinheiro. Agora entendo por que sou um prostuituto. Sou um vendido sim. Vendo minha arte, meu sacerdócio, meu dom e vendo barato. Mas estou disposto a mudar isso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Por que as pessoas criam blogs?

          Dia desses, ao comentar com alguém sobre a criação deste, ouvi, na maledicência inocente da boca de meu interlocutor: "Minha opinião é que blogs são criados por pessoas que querem aparecer." Eu, com o espírito desarmado e realmente sem vontade de discutir qualquer assunto, sincera e honestamente concordei. Quase cabisbaixo por ter de admitir minha sede de evasão, não pude perceber a profundidade de tal proclamação - sim, parecia o grito do Ipiranga, senhores! - e naquele momento não teria mesmo argumento para a vindoura contenda. Aquiesci.

          Dias depois, enquanto às 04h30min da madrugada eu sentia meu estômago roncar, resolvi descer à cozinha e cozer dois ovos para tentar aplacar minha fome. A espera traz pensamentos descontrolados, ora despropositados, ora descoordenados. Em meio à escolha do acompanhamento para a iguaria em questão, veio-me à cabeça: Por que diabos criamos blogs?

          Ocorreu-me que meu supracitado interlocutor estava realmente correto na sua análise. Sim, todos querem criar um espaço, ser lidos por muitos, ganhar fama, respeito, seguidores e em não tão raros casos, dinheiro. Para traduzir, ele afirmou categoricamente que criamos blogs para alimentar nossa vaidade. E por chegar a essa sentença, percebi o exagero dessa afirmação.

          Entendi que citar a vaidade como causa principal desse tipo de iniciativa seria uma generalização minimalista. Eu diria que é a necessidade da comunicação. Nos tempos atuais as relações interpessoais são tão fracas. Passamos horas do dia na frente do computador, trabalhando, estudando, nos entretendo. Às vezes fugindo de problemas na cidade – violência gratuita - outras vezes procurando. Tantos trabalham tanto tempo que não podem sair se divertir, tomar uma cerveja, conhecer pessoas. Acho que nesta situação a internet – e os blogs como ferramentas – se torna uma janela para o mundo. Não me mostro pelo prazer de aparecer, mas pela necessidade, como quem diz: “olhem, eu existo e quero fazer contato” Antigamente escrevíamos cartas para desconhecidos. Hoje, escrevemos blogs.

          Porém, enquanto na feitura desta dissertação eu organizo meus pensamentos, devo afirmar que cada vez mais concordo com a conclusão minimalista acima transcrita. Acredito sim que, em boa parte dos casos, essas páginas - com textos esmeradamente escritos ou não, assuntos interessantes, abordagens polêmicas, fotos comprometedoras de outrem, evasão de privacidade - não são senão uma forma mais rebuscada de ser o macho dominante ou a fêmea em busca de quem lhe defenda. Fama (a plumagem do pavão), respeito (dos adversários), seguidores (fêmeas ou machos) e, sobretudo, dinheiro (força sobre os concorrentes), são apenas formas tratadas como racionais de atingir as mesmas metas da pré-história: a continuação da espécie.

          Para concluir, devo admitir que sou vaidoso sim. Tento escrever bonito por isso, mas não apenas. Machado de Assis é tão legal, por que não aderir? Não tenho aqui a audácia de me comparar, isso nunca! Talvez eu esteja querendo ganhar as fêmeas cultas – isso soou deveras preconceituoso, eu sei! - e continuar a parte inteligente da espécie. Talvez apenas manter viva uma forma de expressão que morre a cada dia na rua. O fato é que o que eu antes achava minimalista, agora já não acho. Como diz Salomão em um dos salmos – agora não me lembro qual – todo conhecimento é vaidade. Eu estendo essa alcunha a toda forma de poder. É sempre vaidade. Tudo é vaidade!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O primeiro devaneio...

          Bem, este é meu primeiro post. Sempre pensei em ter um espaço onde compartilhar pensamentos, temores, alegrias, anseios e por que não, devaneios. Mas nunca soube realmente se poderia, se teria assunto. Minhas noites se encarregaram de dirimir minhas dúvidas.

          Não que eu seja um doidivanas sedento por impossibilidades, mas acho que devaneios todos temos. Em um momento ou outro da vida sonhamos com coisas sentidas como inatingíveis, não? Meus sonhos sempre acontecem acordado na madrugada, insone incorrigível, diria que até por escolha própria.

          Sei que como eu há muitos. A essa hora do dia ainda estão com os olhos arregalados em frente ao computador, desolados com a falta de organicidade das relações virtuais, ou contentes por ali se sentirem acolhidos. À frente da TV, paga ou não, desesperados pelo vazio cultural da máquina do entretenimento. Contando os minutos pra descer até a padoca, comer aquele pão na chapa que só lá se faz...

          Mas não quero usar este recurso para atormentar a todos com meus pesadelos. Quero falar de coisas divertidas, interessantes, intrigantes, urgentes, importantes (pra mim ou não), fúteis. Projetar um universo novo, que nunca há de se tornar real, ou não, falar de um mundo que vemos todos os dias, mas nos recusamos a reconhecer.

          Se você está sem sono, junte se à turba, amigo. Perceba que não está só, nos seus quereres, delírios... Devaneios insones.